sábado, 29 de outubro de 2011

DÁ-LHE... R 10...?


De herói a vilão: R10 repete no Sul a história de outros ídolos vaiados
Bebeto, Romário, Edmundo e Ronaldo foram hostilizados em jogos que envolveram a torcida rubro-negra. Casagrande e Pet são exceções
“Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”. O refrão de “Vou Festejar”, samba composto por Jorge Aragão e consagrado na voz de Beth Carvalho, foi a trilha sonora escolhida pelos gremistas para receber Ronaldinho neste domingo. Dez anos depois, o craque voltará ao Olímpico. Na antiga casa, no lar que foi dele, será um visitante nada bem-vindo. A torcida do Grêmio - a estimativa é de 45 mil pessoas - vai marcar o craque do Flamengo. Por lá, ninguém esquece que ele deixou o clube em 2001 rumo à França de forma polêmica e muito menos da escolha pelo Rubro-Negro no início desta temporada. Quando decidiu voltar ao Brasil, o Tricolor abriu as portas, mas R10 entrou na Gávea.
O reencontro com clima hostil faz lembrar outros casos de vira-casacas em jogos do Flamengo. Bebeto, Romário, Edmundo e Ronaldo viveram situações parecidas com a de Ronaldinho. Ao decidirem mudar de clube, “traíram” a confiança dos torcedores e deixaram multidões magoadas.
No caso de Bebeto, os rubro-negros sentiram o que sentem os gremistas com o Gaúcho. O atacante decidiu trocar a Gávea por São Januário. Polêmica certa. A primeira vez contra o ex-clube foi inesquecível. Em novembro de 1989, Flamengo e Vasco se enfrentaram pelo Brasileirão. Comandado por Zico e Júnior, o Rubro-Negro venceu com dois gols de Bujica. Bebeto foi vaiado pela torcida do Fla e acabou expulso após se desentender com o ex-goleiro Zé Carlos, falecido em 2009. Sete anos mais tarde, em 1996, o atacante voltou ao Flamengo, mas sem muito destaque. Hoje, Bebeto é torcedor assumido do Rubro-Negro.
Com Romário aconteceu o inverso. Em maio de 1995, o Baixinho mandou o recado durante uma entrevista e recomendou que os vascaínos levassem lenços ao Maracanã em sua primeira vez contra o time de São Januário. Em jogo válido pelo octogonal final do Carioca, o camisa 11 fez o gol da vitória sobre o clube que o revelou e comemorou como se estivesse enxugando lágrimas. Sem contar aquele tradicional pedido de silêncio. Mais uma das muitas promessas cumpridas pelo Baixinho. Assim como Bebeto, Romário voltou ao Vasco no fim de 1999, depois ser dispensado pela diretoria rubro-negra em uma boate, em Caxias do Sul, após o time ser eliminado do Campeonato Brasileiro. Em São Januário, chegou ao milésimo gol da carreira, em 2007.
Edmundo não teve o bom humor do camisa 11. Na passagem frustrada pelo Flamengo, enfrentou o Vasco em outubro de 1995. O Maracanã foi novamente palco de um reencontro de um ídolo com sua ex-torcida. Hostilizado, o atacante balançou a genitália para os vascaínos no empate por 1 a 1, pelo Campeonato Brasileiro.
Ronaldo e Flamengo foi a polêmica mais recente. Uma relação que transbordou de tanto amor (ou por falta dele). Por mais de uma vez, o Fenômeno vestiu vermelho e preto, declarou-se torcedor do clube da Gávea e fez planos de defender o time nem que fosse para encerrar a carreira. No entanto, o mais perto que conseguiu chegar disso foi em 2008, quando treinou no clube na fase de recuperação de uma cirurgia no joelho. A relação entre o jogador e o clube se deteriorou a partir do momento em que ele acertou com o Corinthians, no fim daquele ano. Depois de se preparar por três meses no Fla, o atacante saiu sem dar tchau e alegou “falta de uma proposta concreta do time do seu coração”. A partir daí, foi chamado de traidor pelos torcedores e manchou a imagem com muitos flamenguistas.
A primeira vez que Ronaldo enfrentou o Flamengo no Rio foi em abril de 2010, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Um encontro cercado de hostilidade. A recepção ao craque não foi boa no Maracanã. Na chegada do Timão ao estádio, o atacante, com o rosto bem fechado, encarou os cerca de 50 torcedores que o xingavam na entrada. Balançando a cabeça, como se quisesse dizer que estava contrariado e confiante ao mesmo tempo, o Fenômeno em nenhum momento deixou de olhar nos olhos dos rubro-negros. Na descida do ônibus, ainda ouviu alguns gritos de “traveco, traveco”, em alusão ao episódio mais polêmico de sua carreira. Um grupo de seis travestis, contratados por um torcedor do Flamengo, esteve na porta do estádio, mas não esperou pela chegada do craque. Em campo, o que se viu foi um Ronaldo apagado. Adriano, de pênalti, fez o gol da vitória carioca no jogo de ida. Na volta, em São Paulo, o Fla avançou.)
Petkovic e Casagrande: exceções
Eles também mudaram de time, mas não sentiram a ira das torcidas que deixaram. O ex-atacante Casagrande, hoje comentarista da TV Globo, trocou o Corinthians pelo Flamengo em 1993. No reencontro com a Fiel, foi bem recebido e aplaudido. Curiosamente, o jogador teve uma pequena participação no gol da vitória do Timão por 1 a 0. Rivaldo, atualmente no São Paulo, cabeceou, e a bola tocou em Casagrande antes de entrar. Nas arquibancadas, os corintianos cantaram a marchinha carnavalesca: “Doutor, eu não me engano, o Casagrande é corintiano!”.
O gol de falta que deu o tricampeonato carioca ao Flamengo em 2001, na decisão contra o Vasco, cravou Petkovic na história do Rubro-Negro. Talvez por isso ele tenha sido poupado pela torcida quando mudou de lado. Em outubro de 2002, no Maracanã, Pet se destacou na vitória vascaína por 2 a 1 e não foi hostilizado. Em 2011, ele se aposentou vestido de vermelho e preto, no Engenhão, muito festejado pelos rubro-negros.
Ronaldinho sabe o que o espera, mas não demonstra qualquer tipo de sentimento especial para o jogo de domingo. A partida será às 16h (de Brasília), válida pela 32ª rodada. O Olímpico não é mais um território dele e, dependendo do que ele fizer em campo, o estrago pode ser ainda maior.

Fonte:globoesporte.com

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DIA DOS FLAMENGUISTAS

PARABÉNS PARA MIM E PARA VOCE

TAMBÉM  VAMOS FAZER HOMENAGEM A SÃO JUDAS TADEU. É SEU DIA E É PADROEIRO DO MENGÃO
PARABÉNS A NÓS FLAMENGUISTAS. HOJE É NOSSO DIA. VAMOS COMEMORAR E NOS ALEGRAR, POR QUE SOMOS A MAIOR NAÇÃO, EM TERMOS DE TORCIDA E TEMOS O CLUBE DE MAOIR NÚMERO DE TÍTULOS DO MUNDO. PASSADOS MAIS DE UM SÉCULO DE FUNDAÇÃO O MENGÃO CATIVOU A GRAÇA DA POPUPALÇÃO BRASILEIRA, COMO O TIME MAIS POPULAR DO MUNDO. SUA TORCIDA É MAIOR DO QUE QUATRO TORCIDAS JUNTAS E DE TIMES IMPORTANTES DO PAÍS. TORCEDOR FLAMENGUISTA É UM SUJEITO FELIZ POR NATUREZA E O TIME NÃO DEIXA QUE ELE SEJA HUMILDE (FELIZMENTE). TÍTULOS CARIOCA COM HEGEMONIA, NACIONAL, SÃO SETE, CAMPEÃO DO MUNDO, CONTINENTAL SÃO TRES E AÍ O QUE FALAR. SE PELÉ É O MAOIR ATLETA DE TODOS OS TEMPOS, VAMOS NOS RENDER. AGORA TEMOS ANTES E DEPOIS DE PELÉ, OS MAIORES DO MUNDO, QUE FORAM MESTRE ZIZA E ZICÃO (NO MOMENTO TO ESCREVENDO E RINDO Á TOA). TO SEM PALAVRAS PRA DESCREVER O QUE É SER TORCEDOR DO FLAMENGO.

AO TORCEDOR DO AGRESTE:

QUERO FAZER UMA HOMENAGEM HÁ ALGUNS TORCEDORES DO FLAMENGO DE NOVA CRUZ. SÃO ELES: (HAJA PÁGINA).
JOSÉPIO, DEUSIVAN E WILTON (IN MEMORIAN), FRANÇA, ZÉ ALBENIZIO, ROGERIO BARBOSA E EU (DIRETORES DA FLACRUZ), ABRAÃO, CLAUDIO LIMA, ROBSON GOMES, ALDEMIR AGUIAR, CACAU, ALIRIO COSTA, FLÁVIO LUIZ DA PASCOM, ALDO,  PEDRO(MOTORISTA DE ZÉ AGRIPINO), EDMILSON(MOTORISTA DE CID ARRUDA), MÉDICI JUNIOR, FRAZÃO, NETO CACHORRÃO, ÁLVARO, JAIR CORUJÃO, SERGIO DO HOSPITAL, BETINHO DA CENTRAL DO CIDADÃO, JEAN TAXISTA, VICENTE ANGELO, PROF. NUNES, PROFESSOR JOÃO MARIA E DODÓ, ADRIANO DA 13, SEVERINO HENRIQUE, MOSQUITO E CÉSAR, CABO BARBALHO, JOÃO DA PRAÇA E  PETERSON, LUIZ ARNALDO, JOÃO DO CORREIO, LEVI DAMASCENO, RAPAZ É TANTA GENTE QUE VOU PEDIR DESCULPAS MAIS VOU FAZER UMA SEGUNDA MATÉRIA PRA DOMINGO E ESSA LISTAR VAI SER ACRESCENTADA, AINDA MAIS. É COMO DIA QUE O FLAMENGO VAI JOGAR NO MARACANÃ. QUANDO PENSA QUE VAI DAR MUITA GENTE AÍ É QUE APARECE TORCEDOR. PARABÉNS FLAMENGUSITA VAMOS COMEMORA COM UMA BELA VITÓRIA SOBRE O BARUERI, LOGO MAIS A NOITE.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PRODUTOS DO MENGÃO EM NATAL



 LOJA DO MENGÃO EM NATAL


da camisa

 ao cafezinho de todo Santo dia
A LOJA:
Coração Rubro Negro Store está localizada na Prudente de Morais, em frente à rótula do Machadão,
Natal já tem uma loja de produtos oficiais do Clube de Regatas Flamengo. Nas prateleiras, camisas oficiais, de treino, viagens e retrôs, canecas, mochilas, objetos para casa, souvenirs e linha baby, feminina e infantil.
O Mengão tem mais de 60 mil produtos licenciados, alguns exclusivos no Nordeste pela loja natalense, que também disponibilizará peças personalizadas.

CAMISA CADA VEZ MAIS VALORIZADA


Sucesso de vendas, nova camisa 3 tenta derrubar retrospecto negativo
Já foram vendidas 70 mil peças do uniforme que será usado pela primeira vez e que nos modelos antigos não trouxe sorte ao clube
Antes mesmo de ser usada na noite desta quarta-feira, diante do Universidad de Chile, a nova camisa número 3 do Flamengo já vendeu cerca de 70 mil peças. Agora, em campo, o uniforme terá que derrubar o tabu de não dar sorte ao Rubro-Negro.
A história mostra que o Flamengo não tem levado sorte com os terceiros uniformes. Até hoje, foram seis camisas número 3. O retrospecto é assustador: duas vitórias, sete empates e dez derrotas.
Em 2001, por exemplo, o time que ficou marcado com a conquista do tricampeonato estadual disputou o Torneio Rio-São Paulo com o terceiro uniforme e não venceu sequer um jogo. Foram cinco derrotas e um empate.
- Não sou supersticioso, não. Independente da camisa, temos que buscar a vitória – afirmou Ronaldinho Gaúcho.
A camisa número 3 anterior à atual, nas cores azul e amarela, tinha restrição no estatuto do clube e não podia ser usada no estado do Rio. O mesmo não acontece com o novo modelo, preto, com uma faixa horizontal vermelha na altura do peito.
O Flamengo utilizará a nova camisa nos jogos pela Copa Sul-Americana. Os goleiros Felipe e Paulo Victor também pediram os modelos para usá-los no Campeonato Brasileiro, quando os demais jogadores estiveram com o uniforme rubro-negro.

Fonte: globoesporte.com

quinta-feira, 13 de outubro de 2011


Fla revê algoz Ceará e Luxa diz: 'É jogo duro, complicado'
Rubro-Negro foi eliminado pelo Vozão da Copa do Brasil e, em três confrontos em 2011, perdeu um e empatou dois
Depois do empate por 1 a 1 com o Palmeiras nesta quarta-feira, o Flamengo enfrentará o Ceará, pedra na chuteira que incomoda o Rubro-Negro em 2011. No sábado, em Fortaleza, o time de Vanderlei Luxemburgo enfrentará o Vozão pela quarta vez na atual temporada. Nos três confrontos anteriores – dois pela Copa do Brasil e o jogo pelo primeiro turno do Brasileirão -, dois empates, uma derrota, eliminação, perda da invencibilidade, questionamentos. O time cearense causou estragos no Flamengo em partidas que sempre tiveram ingredientes quentes.
- É jogo duro, complicado, mas vamos começar a ver isso a partir desta quinta-feira, pensar na montagem do time, esfriar a cabeça – limitou-se a dizer Vanderlei Luxemburgo
No dia 5 de maio, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, o Flamengo foi derrotado por 2 a 1 pelo Ceará, em pleno Engenhão, na partida seguinte ao título carioca. Chegava ao fim uma invencibilidade de cinco meses. Vanderlei Luxemburgo foi questionado pela torcida, que também vaiou o craque Ronaldinho Gaúcho, que não teve boa atuação.
Na partida de volta, o Rubro-Negro chegou a fazer 2 a 0, mas cedeu o empate e acabou eliminado da Copa do Brasil. O jogo foi marcado por reclamações de jogadores do Flamengo em relação à arbitragem, com Felipe envolvido em confusão no intervalo, e Vanderlei Luxemburgo em campo para afastar seus comandados.
O Rubro-Negro, que na conquista do título carioca ficou conhecido como o Bonde do Mengão sem freio, foi contido pela Carroça Desembestada, expressão criada pela torcida do Ceará.
Flamengo e Ceará voltaram a se encontrar no primeiro turno do Brasileirão, no dia 23 de julho. A partida aconteceu em Macaé, o time de Vanderlei chegou a fazer 1 a 0, mas cedeu o empate. Na rodada anterior ao confronto, Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves levaram o terceiro amarelo e não enfrentaram a equipe cearense. Em entrevista polêmica, Thiago chegou a admitir que combinara de forçar o cartão contra o Palmeiras, pois considerava que era melhor ficar fora contra o Vozão do que da partida seguinte contra o Santos.
- O campeonato está muito equilibrado, não está nivelado por baixo. Os matemáticos quebraram, não aconteceu o que eles imaginavam – completou Luxa ao analisar a sequência do Brasileirão.
O Rubro-Negro ocupa a quinta colocação, com 48 pontos, a três do líder Corinthians. O Ceará é o 15º, com 32, e nesta quarta foi derrotado por 4 a 1 pelo América-MG.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SÓ TEM DONA DILMA E DONA PATRICIA...


A solidão na cadeirinha da Lagoa: Patrícia, a mulher de 35 milhões
Mãe, vereadora, executiva, presidente... entre Obama e o 'Afeganistão', Patrícia Amorim governa o Flamengo - e sua ebulição constante
O corredor algo estreito entre paredes foscas leva a uma antessala também estreita. Na pequena saleta, há apenas uma mesa, uma cadeira e uma porta cinzenta fechada. Acima da porta, uma lâmpada vermelha. Com a lâmpada acesa, ninguém pode entrar na sala que a porta protege. À direita da lâmpada, um porta-retratos pendurado na parede traz uma fotografia em que duas pessoas sorriem e seguram uma camisa rubro-negra: uma é o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A outra trabalha atrás da porta cinzenta - a presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Patrícia Amorim.
A luz vermelha é a última linha de defesa de Patrícia Filler Amorim. Com ela acesa, ninguém pode abrir a porta e entrar no gabinete presidencial - uma sala grande com uma mesa de madeira, uma escrivaninha e uma estante. Patrícia se senta na escrivaninha, de costas para os janelões, instalados sobre roldanas, que separam o gabinete de uma varanda debruçada sobre o espelho d'água da Lagoa Rodrigo de Freitas. Protegida por corredores labirínticos e cercada por uma paisagem de cartão postal, Patrícia comanda o destino de 9 mil sócios... e os sonhos de 35 milhões de torcedores.
Num canto da ampla varanda, quase no parapeito, com vista para o Cristo Redentor e para o Estádio de Remo da Lagoa, se esconde uma cadeira velha com forro marrom carcomido. Ali, no assento humilde e algo improvisado, com uma vista de derrubar queixo, é que Patrícia se refugia.
- Essa é minha cadeira. É nela que me sento quando tenho que pensar e até chorar. Esse é meu refúgio nos momentos difíceis.
E na cadeira de presidente do Flamengo momentos difíceis nunca faltam. Patrícia se tornou a primeira mulher a presidir o clube pouco depois da conquista do título brasileiro de 2009. No clube de futebol mais popular do país, onde toda calmaria parece véspera de tempestade, a mandatária parece enfrentar uma crise por semana. Em 2010, passou pelo caso Bruno, pelas confusões de Adriano Imperador, pelo acerto e pelo desacerto com Zico , tudo temperado pela briga contra o rebaixamento. Em 2011, a sina parecia ter virado: Ronaldinho Gaúcho foi contratado, o clube foi campeão carioca invicto e fazia excelente campanha no Brasileirão. De repente, o time parou de ganhar... e as nuvens voltaram. Voltou a ganhar - e uma crise surgiu dentro do departamento de futebol... do nada.
- O Flamengo é assim. Ebulição constante.
Bota ebulição nisso. Com nove mil sócios, o clube teve seis candidatos nas últimas eleições. E pouca gente vota. Patrícia ganhou com 792 votos de 2,4 mil possíveis - superando o segundo colocado (Delair Dumbrosck) por meros 93 sufrágios. Pouco depois, ela definiu as correntes do clube como "quase um Afeganistão". Quando o futebol vai mal - a cadeira presidencial esquenta. Agosto varou setembro e o time ficou dez rodadas sem vencer. Os ânimos se exaltaram, um conselheiro agrediu outro na sede... e o ex-presidente Márcio Braga desceu a mamona com força na gestão Patrícia - chamando-a de inepta pra baixo. A presidente acusou o golpe - e respondeu com um carrinho no peito.
- Quando eu rodo a baiana é duro, pois eu causo mágoa, vou no coração, falo o que tenho que falar - diz.
Mãe, executiva, vereadora
Patrícia ficou fora de si diante das críticas de Márcio, de quem foi aliada e vice-presidente no passado. As relações rubro-negras são complexas e complicadas - há grupos que se apoiam e trocam de lado constantemente.
- O Flamengo tem seis ex-presidentes vivos... e atuantes. Não é para principiantes - diz um ex-dirigente do clube.
Apesar da resposta irritada para Márcio, Patrícia costuma pensar antes de falar. Até porque toda crise rubro-negra começa dentro de casa. Casada com o economista Fernando Sihman, Patrícia tem quatro filhos: Vítor, de 14 anos, os gêmeos Ricardo e Daniel (de nove) e o caçula Leonardo - de cinco. Foi Leonardo que, no auge da crise, procurou a mãe e disse:
- Mãe, você tem que fazer alguma coisa. As pessoas vão fazer "uuuuuuh" pra você.
Patrícia riu e absorveu. Mãe, mulher, executiva. Essa vida tripla - ou quádrupla - não é pra qualquer uma. Além de presidente do Flamengo, ela é vereadora na Câmara Municipal do Rio (há 11 anos - já foi reeleita três vezes). Nos dias de semana, acorda geralmente às 5h30m, prepara Vitor para ir à aula e - se der tempo - caminha pelas alamedas da Península, condomínio encravado na Barra da Tijuca - na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nadar? Não mais.
- Minha cota de natação já deu.
O marido, Fernando Sihman, é seu principal suporte - mas também se transforma em alvo no clube.  Marcio Braga disse que Sihman teria ligações com José Carlos Peruano (o  torcedor que agrediu o conselheiro Arthur Muhlemberg  - e blogueiro-torcedor do GLOBOESPORTE.COM - no mês passado - ofuscando o lançamento da terceira camisa do clube). Patrícia cobrou provas. Os adversários dizem que Fernando influi demais na gestão da mulher - mas a crítica principal é outra: Fernando é - ou foi - torcedor do Fluminense:
- Ele era tricolor, mas quando casou comigo melhorou - diz Patrícia - Mas se a crítica é essa -  falar do meu marido - é porque estou bem. Devo muito a ele e só estou aqui por causa dele, que está sendo pai e mãe. Ele era do mercado financeiro e abriu mão de muita coisa, invertemos alguns papéis.
Fernando diz que a vida do casal mudou, mas que não chega a ser uma inversão de papel. E diz que, naturalmente, ajuda a mulher:
- Talvez eu ajude na parte operacional ou estrutural. Mas ela tem uma capacidade enorme de liderança. Tem sensibilidade e capacidade de se relacionar. Claro que a vida em família mudou, mas nunca vi ninguém tão alto astral quanto a Patrícia. Tenho orgulho de ser casado com ela desde 1994. Aliás, se eu esquecer a data... ela me mata.
Com filhos rubro-negros, a cobrança começa em casa. E é uma cobrança diferente - sobre a mãe que deixou de ser mãe.
- Eu estar aqui vira desculpa para muita coisa. Outro dia o mais velho tirou uma nota horrível, ficou de recuperação, e a culpa é...  minha porque eu só penso em Flamengo?  Brigo com meu marido todo dia. O Flamengo toma conta do caminho no carro, em casa. Estou num momento com os vice-presidentes, ele chega em outro clima e aí vira discussão.  Meu filho participou da Olimpíada de Matemática e eu não estudei com ele. Fico brincando que não tenho estrutura para ter filho inteligente. Não tenho porque nunca fui. Hoje não acompanho tanto as coisas - mas vou a todas as reuniões de colégio deles.
Mulher e executiva num mundo predominantemente masculino, Patrícia tem que lidar cotidianamente com o preconceito. E com a óbvia comparaçao com outra executiva - a presidente do país - Dilma Rousseff.
- A Dilma é mais fechada, eu sou mais alegre. Mas quando pisam no meu calo... eu assusto as pessoas. Me surpreendi muito comigo mesma. Fico achando que estou me tornando uma pessoa ruim. Tenho paciência para momentos difíceis, mas acontecem uns negócios assim que realmente...
Patrícia saltou das piscinas para a vida pública em 2000, e sempre teve o Flamengo como marca e bandeira como vereadora. Foi eleita fazendo campanha junto à torcida do clube  e, dois anos atrás, juntou forças políticas para vencer os candidatos de ex-presidentes como Márcio Braga e Kléber Leite. Venceu com a promessa de governar mirando alto, mas também olhando pra dentro.
Por isso, o governo Patrícia tem sido marcado por obras na estrutura do clube - obras, claro, que não chegam a atrapalhar na próxima eleição (em dezembro de 2012). Patrícia é política e desconversa quando perguntada sobre um segundo mandato. Mas tocando reformas quase como uma obsessão é natural que a plataforma reeleitoral se reforce. Patrícia, porém, diz que as mudanças eram inevitáveis - pois encontrou um clube em estado lastimável:
- Vou contar uma história que aconteceu no meu primeiro ou segundo dia de mandato. Um jornal pediu e subimos para tirar uma foto no ponto mais alto do clube, lá em cima da sede social. Quando chegamos lá em cima no terraço... tinha um cara de cueca tomando banho num chuveirinho. Eu tomei um susto mas, assim que chegamos, ele disse: "Por favor, fiquem à vontade, só estou tomando meu banho". Era funcionário de uma empresa de manutenção de elevadores. O Flamengo não tinha pago à empresa e, por isso, tinha deixado o cara morar ali. Tinha até geladeira na casinha dele! E ele disse para eu, a presidente do clube, ficar à vontade...
Chegamos no terraço do Flamengo e tinha um cara tomando banho de cueca num chuveirinho. Ele me disse: 'Fique à vontade'
O exemplo é apenas o primeiro numa vasta lista de "malfeitorias" pretéritas que a presidente exibe. A preocupação em mostrar a mudança é tanta que o vice-presidente do Fla Gávea, Cacau Cotta, tem uma apresentação em Power Point com um ANTES/DEPOIS do governo Patrícia. As imagens impressionam pelo desleixo anterior - banheiros mal-conservados, ranhuras, paredes descasacadas, quadras alagadas etc.
- A diferença entre o que encontramos e agora é muito grande. Estamos fazendo muita coisa - diz Cacau.
-  Estamos fazendo obra no clube inteiro - parquinho para crianças, reforma na arquibancada, novo campo de futsal, de futebol society. Obra na piscina, refeitório para funcionários, salários em dia, reforma dos bares. E tudo isso com o mesmo orçamento do passado. Por que não faziam antes? Não sei - ataca Patrícia.
Rosto conhecido
Um dia, num supermercado, o cara disse 'Patrícia, vai tomar no... achei que fosse me dar um soco"
Como nadadora e vereadora, Patrícia já era um rosto relativamente conhecido. Mas ao sentar na mais alta cadeira rubro-negra galgou parâmetros na categoria celebridade. Virou alvo ocasional de paparazzi - e saiu até no New York Times. O reconhecimento, claro, tem dois gumes:
- É todo dia, toda hora na rua. Mas.. nessa fase atual eles não são tão simpáticos. As pessoas, seja qual for a classe social, se acham íntimas, e chegam rasgando - vão de carrinho mesmo. Mas eu tenho bom humor, não finjo que não estou ouvindo. Só não vou mais ao supermercado. No ano passado, um cara pulou na minha frente e gritou: "Patricia vai tomar no...". Fiquei assustada. Pensei que ele fosse me dar um soco. Falei com calma ‘"poxa, deixa disso, para com isso"... e o cara saiu andando. A única coisa que acho importante é que encaro, escuto. Se você quiser falar alguma coisa, vou escutar durante horas. Mas depois você vai ter que me escutar.
O lado bom existe, nem que valha receber um tênis lançado no rosto:
- Vem o torcedor e fala: "você tem que tirar não sei quem, tem que trazer o Adriano, o Vagner Love...". Sempre tem isso. Eu gostaria muito de trazer, mas não temos o dinheiro. Eu dou satisfação. Também tem muita coisa legal. No intervalo de Flamengo e Vasco, eu encostei na grade do camarote do Engenhão. Começaram a gritar "Patricia, Patricia". Eu pensei: "não é possível, vão me xingar". Aí um cara olhou e pediu um autógrafo. Ele amarrou a camisa num tênis e jogou. Acertou... na minha cara! O tênis pegou na minha cara! Todo mundo riu. E doeu. Mas não perdi a esportiva. Assinei e mandei de volta
De terça a quinta, Patrícia chega ao Flamengo, em geral, às 10h30m da manhã. Dá expediente até 13h30m, sai para o almoço e depois segue para a Câmara dos Vereadores - no Centro. Quando há sessão, ela costuma voltar à Gávea às 18h. Senão volta antes - ali pelas 16h30 - e fica no clube até depois das 21h. Nas segundas e sextas, como não há sessão na câmara municipal, ela entra mais tarde. E, não raro, deixa o Flamengo depois das 23h. Isso sem falar nos dias de jogo.
- O futebol é muito intenso. Eu assisto aos jogos tensa, tomo remédio antes, fico com o pescoço duro para aguentar. Acho muito ruim, antes tinha prazer de ir ao jogo. Hoje, mesmo ganhando o negócio não acaba. Tenho que saber o que o Vanderlei falou na entrevista coletiva, qual desdobramento. Às vezes, vencer, a situação de conforto, é pior. Aí começa história de prêmio atrasado, pois eles têm o palco para falar. No momento ruim, todo mundo se fecha. É muito difícil. Eu choro muito.
Ao lado das pequenas xícaras de café com escudo do Flamengo sobre sua mesa, Patrícia manuseia um calhamaço de papel - para não esquecer do que chamou de "lambanças" da gestão anterior:
-  No primeiro mês, quando cheguei à concentração onde moram 30 meninos (no Ninho do Urubu) saí deprimida. Só tinha campo, vestiário e a sala de musculação. A concentração dos meninos me deixou estupefata. Como as pessoas podiam não ser sensíveis a aquilo? Tudo cheio de mosca, geladeira enferrujada, janelas de favela, sem cortinas, penduravam as coisas numa casa velha com cheiro ruim. Pensei - poxa, o Flamengo tem uma porção de produtos licenciados - roupas de cama, banho, talher - e lá não tinha nada. Pegamos dois caminhões e levamos as coisas básicas para a concentração. 
Obras e reformas à parte, a grande vitória da gestão Patrícia, até o momento, tem nome e sobrenome: Ronaldo Assis Moreira. A contratação de Ronaldinho foi uma virada - jogou Bruno, a crise com Zico e as dificuldades de 2010 para trás. Tanto que na escrivaninha da presidente repousa um porta-retratos com uma foto de Ronaldinho ao lado de sua mãe - dona Miguelina, e da própria Patrícia. A presidente sorri ao lembrar da contratação:
- Num espaço de 10 dias, a gente ganhou a Copa São Paulo de juniores, o Ronaldinho chegou com o Thiago Neves e conseguimos o reconhecimento do título de 1987. Essa era uma obsessão.
Mas essa obsessão prossegue. A CBF cassou logo depois - instada pela Justiça - o título rubro-negro. Patrícia garante que a história não terminou - e que a luta política nos bastidores prossegue:
- Trabalho muito. Fui à Suíça, tenho uma foto na porta da Fifa e coloquei uma camisa do Flamengo na letra I. Deve ter câmeras, mas ninguém pediu para tirar.
O pior momento de sua gestão, por outro lado, se deu junto ao maior ídolo rubro-negro. Depois de cinco meses como diretor executivo de futebol, Zico deixou o clube e hoje se diz distante do Flamengo. Para opositores, o ídolo foi destratado. Na semana em que Zico falou, Patrícia estava chateada:
- Acho que o Zico falar que nada presta não foi legal, pois os amigos dele estão aqui e alguns ele que trouxe para cá. Isso caiu muito mal. O Cantarelle ele trouxe, o Jaime foi indicação do Júnior... Sou política, ele xinga e não levo para o lado pessoal. Mas não vou mudar meu trabalho em função de ele estar xingando. Quero também que ele tenha outra avaliação.
A dirigente diz que não falou com Zico depois da saída dele do clube. Mas faz um afago: lembra que, em 29 de julho, quando se completaram 40 anos de filiação do craque ao Flamengo, fez questão de enviar uma camisa e uma carta oficial ao ídolo. Zico recebeu a carta - e pediu para seu advogado redigir um agradecimento como resposta. Perguntado sobre Patrícia para esta reportagem, o ídolo rubro-negro preferiu o silêncio. A verdade é que a relação entre os dois azedou de vez.
Futebol do Rio cresce
Com quatro times entre os seis primeiros do Brasileirão, Patrícia acredita que o futebol do Rio está vivendo um momento diferente - de parceria entre os clubes fora do campo. Diz que a prefeitura está ajudando a viabilizar a construção de centros de treinamento para os outros três grandes.
- Nisso estamos um pouco na frente porque já temos o CT. O Fluminense está vendo o Banana Golf. O Vasco quer um terreno no Rio das Pedras, que tem que ser desapropriado. O Botafogo pensava ao lado do Engenhão - agora não sei se mudou. Mas o clima entre os presidentes está muito bom. Assisti ao show do Paul McCartney com o Maurício (Assumpção, presidente do Botafogo) e com o Roberto (Dinamite, presidente do Vasco), no Engenhão. E fica sempre um constrangimento sempre nos cinco primeiros minutos. Roberto ganhou a eleição e tinha um jogo no dia seguinte, aí liguei para dar parabéns. Ele me falou: “Está ligando para isso ou para secar?” Eu disse: “Se funcionar, já valeu a ligação”. É uma convivência muito boa. Com o Maurício eu falo mais. O Peter (Siemsen, presidente do Fluminense), quando era candidato, falei para ele parar de ficar me ligando e porque perderia a eleição. Imagina se ele é visto com a presidente do Flamengo? Ele é muito agitado, preocupado. Dele hoje estou mais distante.
Patrícia diz também que o único clube que não antecipou as cotas do novo contrato de TV foi o Flamengo - mas admite que antecipá-las é quase inevitável. A presidente ainda tem um ano e três meses de mandato, mas mira alto.
- Somos campeões mundiais de remo, ginástica, natação. Mas o (César) Cielo não foi formado aqui, nem a Fabiana (Beltrame, remadora). Já Diego e Daniele (Hypolito), sim. E já se faz uma associação. Você traz esses grandes atletas e começa a formar de novo. Não quero ser campeã só no futebol. Lá... temos que fazer o que diz o Vanderlei: ficar três, quatro, cinco anos na Libertadores. Se acostumar a jogar igual ao São Paulo fez.
A dirigente não se assume como candidata à reeleição - muito porque sabe que, no caldeirão da Gávea, é cedo para abrir flancos. Diz que a única promessa que fez foi "entregar o Flamengo melhor que encontrei". E acha que essa promessa já foi cumprida.  Mas certamente até 31 de dezembro de 2012 outras crises virão. No Flamengo, a piada de ontem é a verdade de hoje: um flato ocasional vira manchete. Tudo é super-dimensionado. Entre Obama e o Afeganistão, Patrícia Amorim tem ainda 14 meses de mandato - e a cadeirinha velha diante da Lagoa.
- É aqui que eu venho, sento, penso, choro. Já chorei muito sentada nessa cadeira... com essa vista. E tenho escrito memórias - um livro - não posso deixar passar isso. Não é pra vender - é pra mim mesma. É um diário, mas é engraçado até: só consegui escrever sobre os problemas do ano passado agora, quando a fase ficou ruim de novo.
Ali, sozinha, no refúgio diante da paisagem, a presidente, executiva, vereadora e super-mãe Patrícia Amorim tem um pouquinho de menina. Uma menina carregando 35 milhões de sonhos.

Fonte: globoesporte.com