quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


Bola parada!
A bola está parada e vazia! Escrevo essa exclamação pensando no término dos Campeonatos, mas lembro de citações esdrúxulas que envolvem injustamente a redonda boa de jogo de cintura, se cintura ela tivesse. Uma delas é o "ganhou com um gol de bola parada", muita usada geralmente para tirar o mérito do feito realizado numa cobrança de penalti, falta ou escanteio. Ora, por quê a bola foi parada e originou o gol? Certamente, o adversário parou a jogada para evitar que o gol fosse concretizado com a menina rolando. Portanto, mérito para quem o fez e teve capacidade técnica para tal, pois tem que saber fazê-lo, seja em um penalti, um escanteio ou uma falta fora da área;
E nas expressões lugares-comuns do futebol são muito usadas outras impingidas pelo formadores de opinião no universo do futebol. Cito como exemplos os inefáveis "técnico não ganha jogo' e "treinador não perde jogo". Discordo dessas premissas, pois se o professor de plantão arma e desarma o time, antes ou durante uma partida, impondo-lhe modificações que mexem no resultado para melhor ou pior, levando a equipe à vitória ou à derrota, a conclusão simples e cristalina é a de ele ganhou ou perdeu a partida usando os instrumentos à disposição, que são os jogadores;
Entretanto, a pior muleta argumentativa de todas, que não resiste a uma simples expremida cerebral é também a menor em nº de letras, a partícula apassivadora "se", risível quando empregada para dar sentido a um pensamento. É um "se o Goiás não tivesse perdido o último jogo, o Flamengo estaria rebaixado em 2010" ou um "se o Fred tivesse feito os dois gols perdidos, o Fluminense teria vencido o Flamengo por 4 a 3". Ora, pois pois, o Flamengo não foi rebaixado, em 2010, simplesmente por sido mais competente e pontuado mais que os adversários que foram para o fundo poço segundão. Só isso. E no hipotético Fla x Flu, SE o Ronaldinho tivesse feito um gol aos 43' do 2º tempo e outro aos 47', o Flamengo teria vencido por 5 a 4. Pronto, fim de conversa remetendo o malfadado SE para a lata de lixo. Quando ele entrar em campo para jogar a gente fala mais;
Como a bola está de fato parada, descansando dos bons e maus-tratos sofridos ao longo do ano em campos tupiniquins, foi dada a largada para a fase mais tediosa do futebol, a das especulações, dos leilões, da conversa fiada que quase sempre não leva a nada, ou seja, a que menos um torcedor-torcedor como eu curte, que gosta de ver a pelota rolando macia sobre a grama, domada pelos craques ou olhando nervosa, de rabo de olho, para o Willians, a quem considera com certeza um predador do bom futebol. Tivéssemos um IPF (Instituto de Proteção do Futebol) no Brasil, esse rapaz, que se torna assustador vestido com o manto sagrado, seria multado em todos as partidas antes dos 15' do 1º tempo, tal a quantidade de erros que comete.Mas ele está certo em manter e correr atrás de sua legítima ambição de jogar no Flamengo. Errado é quem o escala recorrentemente. E chego no Wanderlei Luxemburgo, a decepção do ano, a mais esperada contratação da década não disse ao que veio, com o agravante de treinar muito antes dos jogos e o time ser um bando durante os mesmos, para jogar bem nas entrevistas pós-apito final. Algo está muito errado nos preparativos, ou na emissão dos ensinamentos ou na recepção dos mesmos;
Baseado em experiências passadas, espero que o próximo ano não seja igual a este que está acabando, vide o exemplo do Abel Braga, que pagou um vexame monumental, do tamanho do Maracanã, em 2004, contra o Santo André, e terminou 2006 Campeão Mundial pelo Internacional;
Futebol não se mede com uma régua rígida, temos que usar uma francesa, de borracha, toda malemolente como o João Teimoso usado nos postos de gasolina.
 
SRN!

FONTE: BOTECODOFLAMENGO

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


Libertadores, Estamos de Volta!
Buon Giorno, Buteco! Em 2012 o Flamengo disputará a Libertadores! Bem, quem me conhece sabe o quanto eu adoro essa competição. Quando o Flamengo a venceu, há mais de trinta anos atrás, eu tinha apenas 11 (onze) anos de idade, mas confesso que já era tão fanático por futebol que compreendi a grandeza daquele feito. Naquela época a revista Placar publicava edições com a história de grandes clubes e eu comprava todas para aprender. Confesso que me impressionei muito com os relatos sobre o que o Santos de Pelé e o Cruzeiro de Nelinho e Joãozinho passaram para vencer as suas edições da Libertadores. Desde o primeiro brasileiro, desde a primeira Libertadores, ainda muito novo, passei a dar importância relativa aos estaduais e mais atenção ao Brasileiro e à Libertadores, claro que também ao Mundial. Ela virá dessa vez com alguns dissabores, segundo a opinião da maioria que frequenta o Buteco. Algumas renovações indesejadas, um projeto diferente do que sonhamos, do que queremos para o clube, mas a competição mais charmosa (para mim) consegue me deixar contente e me empolgar, apesar disso tudo. Nesse final de ano poderei sonhar mais uma vez em reviver aquela grande emoção de 1981.

Os Dissabores

Com a classificação provavelmente serão confirmadas as permanências de Luxemburgo (salvo da dispensa por demissão antes do final do contrato), Renato Abreu (renovação de contrato), Thiago Neves (compra dos direitos federativos) e Ronaldinho Gaúcho (acerto das pendências com o patrocinador). Também é possível que os volantes favoritos do Luxemburgo sejam mantidos, casos de Willians e Aírton. É possível que o Deivid também não saia, pois é um contrato caro e difícil de ser rescindido.
Está muito claro que será preciso não só algo mais, mas completamente diferente do que vem sendo feito; contudo, além de o elenco ser muito caro, precisa de reforços e o clube dá sinais de que não vive um momento tranquilo financeiramente.
O que podemos esperar de Vanderlei Luxemburgo? Uma completa reforma sob uma desculpa esfarrapada, bem ao seu estilo, de que o projeto para conquista da Libertadores é completamente diferente? Ou veremos mais do mesmo? Tentará ele satisfazer o seu ego monstruoso e provar, em mais uma temporada, que está certo?
O mais triste, ou melhor, desastroso e desalentador será ver erros repetidos, tais como o mesmo esquema tático posto em campo com as mesmas peças que não funcionam, salvo uma ou outra variação. Todos tememos que isso ocorra. Nunca precisamos tanto de uma Diretoria que entendesse desse assunto chamado futebol.

O Jogo

Iniciamos a partida sem centroavante, mais uma vez. Como disse o amigo Henrin nos comentários durante o primeiro tempo, como é mal treinado o Flamengo! Ao contrário do adversário, não se vê uma jogada ensaiada nem tampouco fluência nas jogadas ofensivas. É aquela mesma coisa modorrenta e amarrada de sempre. O time melhorou muito no intervalo com as entradas do Muralha e do Deivid. Do primeiro, porque conseguiu, mesmo no momento de maior pressão da partida (o que mostra que poderia ter jogado desde o início), tanto defender como apoiar o ataque, o que constitui uma das premissas do esquema losango idealizado pelo Luxemburgo. Do segundo, a despeito de suas limitações, por ser um centroavante e com isso dar por encerrada, ao menos nessa temporada, a atrocidade que é escalar o Ronaldinho Gaúcho como homem mais adiantado.
Bem, mas eu ia falando de volante apoiando o ataque, certo? Algo que Renato Abreu não conseguiu fazer durante um ano inteiro. Ontem não foi diferente. Não poderia ser. Não teria como. Arrastou-se pelo campo o jogo todo. Quando ia ao ataque, lento, deixava um enorme buraco na defesa. Buraco que Fierro tentou cobrir no lance do primeiro gol, abrindo outro do lado direito, o que, porém, não alivia o lado de Alex Silva e Leonardo Moura, que, mais uma vez, deixaram o atacante adversário livre para escorar absolutamente a vontade para o nosso gol. Mais um gol tomado por erro de posicionamento da defesa. Na 40ª rodada, último jogo do campeonato.
Que técnico é esse que insiste em um esquema tático, mas deixa os jogadores que podem executá-lo da melhor forma no banco e insiste com os que não conseguem?
Ronaldinho Gaúcho, fora de suas melhores condições físicas, mesmo assim foi o melhor jogador do setor ofensivo. Com bons passes, criou as melhores chances, dentre elas o passe para Deivid que, perfeito, passou com açúcar para Renato Abreu, que marcou com enorme categoria. E aqui devo, por justiça, ressaltar a grande contradição desse jogador: Renato Abreu sabe fazer gol. E como sabe! Não se limita às cobranças de falta e pênalti. Já fez vários dentro da área, de várias formas, inclusive de cabeça, e o de ontem foi coisa de quem realmente sabe esse ofício. Coisas da vida: incapaz de dar um passe certo como armador, Renato Abreu, jogador de técnica absolutamente medíocre, dentro da área é um baita goleador. Sem qualquer exagero. Palmas para o "Artilheiro do Século". Será que não deveria ter tentado a carreira como centroavante? Pena que agora já é tarde.
Mas chega desse futebolzinho mequetrefe por esse ano! É hora de refletir. As coisas chegaram ao limite extremo. É fato, para mim, que o Thiago Neves melhora seu rendimento quando o esquema é mais ofensivo, mas até que ponto isso influi? Ele não poderia render melhor independentemente disso? Vale o investimento que está sendo feito? Leonardo Moura ainda tem condições de ser o lateral direito titular e jogar a maior parte das partidas no ano? Vale a pena manter o Deivid como opção de atacante a esse custo? A Diretoria cobrará do Luxemburgo mudanças drásticas no esquema tático ou no elenco? A Diretoria tentará o Montillo? Há condições de manter, para disputar uma Libertadores, um jogador com a instabilidade emocional do Aírton e com os problemas de comportamento extra-campo do Willians? A diretoria vai mesmo renovar o contrato do Renato Abreu? Por quanto tempo? Ele continuará sendo o dono de um time que tem o Ronaldinho Gaúcho? Continuará a ter a condição de insubstituível garantida pelo treinador mesmo não tendo condições físicas e técnicas para ser titular e mesmo jogador profissional?

O "FICO" de Ronaldinho

Ao final da partida, Ronaldinho Gaúcho, em entrevista ao Sportv, declarou que, se dependesse de sua vontade, encerraria sua carreira no Flamengo. Vinda de um jogador do seu estrelato, é uma declaração que, na minha opinião, deve influir decisivamente no desfecho do problema com o patrocinador. Como acho, baseado na minha vivência na área jurídica, que um contrato dessa complexidade não se desfaz com facilidade (ficarei surpreso e preocupado, pelo lado do Flamengo, se isso ocorrer, imaginando o tamanho da dívida com o jogador), minha abordagem sobre o tema Ronaldinho Gaúcho tem sido, e sempre será, a mais racional possível visando a melhor administração da situação e o seu aproveitamento racional. É claro que, se chegasse um milionário desses da vida, russo ou árabe, pagando um bom dinheiro, eu venderia, como há algumas semanas me indagou a amiga Leila. Eu só gostaria que vocês compreendessem que sou completamente cético quanto a essa possibilidade e, forte nessa premissa, qual seja, a de que ele continuará, sigo a abordagem desse assunto.
A permanência do Ronaldinho Gaúcho, a qual acredito que ocorrerá, traz uma série de interrogações, do tipo: o problema com o patrocinador será definitivamente equacionado? Haverá algum tipo de cobrança mais efetiva quanto ao comportamento extra-campo? Os constantes micos relativos a sua ausência em compromissos de marketing do clube continuarão a ocorrer?
Como se não bastasse, há o problema dentro de campo. Ronaldinho provou esse ano que pode ser útil. Jogou quando quis. E, mesmo quando não quis, sua superioridade técnica em relação ao restante do time, creio eu (minha opinião), está muito longe de poder ser posta em dúvida. Ontem, aliás, foi um bom exemplo. Jogo ruim, de desempenhos individuais medíocres, e ele apenas precisou dar alguns passes para se destacar. Apesar disso, o esquema tático montado pelo Luxemburgo incrivelmente protegeu o ano inteiro outro jogador, que visivelmente não tem mais condições físicas para jogar profissionalmente: Renato Abreu. É um paradoxo: monta-se uma complexa operação financeira, inédita no futebol brasileiro, para contratar uma estrela desse nível, e dentro de campo o treinador privilegia um jogador de nível técnico paupérrimo. Só mesmo no Flamengo.
Como já disse aqui o meu amigo Patrick Selener num comentário de enorme felicidade, a contratação do Ronaldinho em muito se parece com a do Romário: uma grande estrela do futebol mundial repatriada do mercado europeu, ex-melhor do mundo, exuberante tecnicamente, decisivo e com uma propensão preocupante para a vida noturna e boêmia, com grande influência sobre atletas mais jovens do elenco nesse quesito. Com Romário, chegou-se ao ponto, ao cúmulo, da construção de quadras de futevôlei na Gávea para agradar Sua Senhoria. Haja subserviência.
Não é preciso repetir a passagem do Romário, mas o perigo disso ocorrer assusta de tão grande, como bem observou o Patrick. Lembro-me bem dessa época. Impressionou-me, sobretudo, o quanto o Kleber Leite não entendia de futebol. É claro que o comportamento extra-campo do Romário influenciou na falta de títulos, afinal o Flamengo disputou finais em torneios medianos com ele em campo e foi derrotado, mas eu acho que esse não foi o único fator. Como também acho que esse tipo de coisa não pode ser expressada em percentuais e eu não sou matemático, não ousarei tocar em números, mas outro grande fator, e decisivo, foi a montagem de elencos, e times, que não estavam à altura do jogador, da estrela que havia sido contratada, e, por serem completamente medíocres e desprovidos de meias armadores e atacantes velozes que pudessem lançar e passar a bola para o Romário finalizar, fracassaram. O FlaEstatística está aí, a disposição, para quem quiser refrescar a memória. Ao voltar para o Vasco, Romário conquistou o Brasileiro, mas ao seu lado tinha um time com jogadores de nível bem mais qualificado tecnicamente. Basta conferir. Foi decisivo, mas o elenco ao seu lado também, e ajudou muito. Coisa que não teve no Flamengo.
Entenderam aonde quero chegar? É impressionante a semelhança entre as duas situações e o risco de repetição do mesmo erro, quase duas décadas depois. Parece que o Flamengo não aprende. Eu acho que o Ronaldinho ainda tem uma vida útil no futebol, como atleta, e pode render bem dentro de campo. Para isso, ao seu lado precisa ter jogadores técnicos, taticamente completos, versáteis, que joguem verticalmente, em direção ao gol, e possam ao mesmo tempo apoiar o ataque e executar bem funções de marcação (Muralha, jovem valor vindo da base, é um bom exemplo). Se a coisa pegar feio fora de campo, um time desses joga sozinho, sem Ronaldinho Gaúcho. Assim, reduz-se até mesmo os efeitos da dependência de um jogador com esse talento.
Por que algo tão básico não é enxergado nem implementado?
Voltamos então ao segundo tópico da coluna de hoje. O Flamengo precisa de profissionais no Departamento de Futebol, que entendam do assunto e possam impedir decisões como a de seu atual treinador e "manager", as quais tiraram o clube da luta pelo título brasileiro de futebol profissional. Um título possível, mas que foi desperdiçado por conta, sendo eufêmico, das idiossincrasias do treinador.
É simplesmente insuportável imaginar mais um ano do mesmo.
Porém, vou dormir pensando na Libertadores, que é uma gata! Libertadores é Libertadores, e, ao menos para mim, sempre empolga, não tem jeito.

Bom dia e SRN a todos.

FONTE: BOTECODOFLAMENGO

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Luxa faz balanço de R10, Fla, futebol do Rio e elege craque: Neymar
Técnico diz que 2011 foi ano de recuperação para o Rubro-Negro: ‘Ano que vem tem que ser melhor’
Às vésperas do último jogo de 2011, Vanderlei Luxemburgo fez um balanço da temporada de Ronaldinho Gaúcho, em particular, e do Flamengo, como um todo. Para o treinador, o camisa 10 oscilou bons e maus momentos, mas o saldo foi positivo. Já em relação ao time, viu expressivas melhoras em comparação ao ano passado, mas ressaltou que ainda tem muito a fazer para 2012.
- O Ronaldo teve momentos bons e ruins na temporada, jogou bastante, está readaptado ao Brasil, não temos nada a reclamar. Estamos próximos de voltar à elite do futebol sul-americano, falta um pouquinho. E o Ronaldo faz parte do contexto, ele trouxe grandeza para o Flamengo, juntando ao nome do clube que é muito forte – afirmou.
Vanderlei não quis comentar sobre a permanência de Ronaldinho e Thiago Neves. Mas deixou escapar que as negociações estão avançadas.
- O momento não é de comentarmos isso, é assunto interno, vale discutir o jogo contra o Vasco. Isso é uma coisa que já está no caminho, sendo discutida há muito tempo.
Vanderlei projeta o ano de 2012 e destaca o retorno de grandes nomes para o futebol brasileiro.
- A volta do Ronaldo lá atrás, do Ronaldinho, do Deco, que estava há muito tempo na Europa, o Fred que optou por jogar no Brasil. Hoje o país se equipara ao futebol europeu em relação a pagamento. Na competição de mercado, até ultrapassa alguns países. Tem que existir projetos como a manutenção do Neymar, que foi a maior conquista do futebol brasileiro. Gostaria que não ficasse só nisso.
Sobre o time, Vanderlei deixou claro que melhoras aconteceram, mas que o Flamengo ainda tem muito a almejar.
- Ano que vem tem que ser melhor. O Flamengo tem que pensar sempre em estar na elite do futebol sul-americano. Tivemos uma recuperação fantástica do ano passado para este. Vejo o ano como de recuperação, mas percalços aconteceram e não chegamos ao título – analisou.
O técnico foi além, exaltou o bom momento do futebol carioca, mas fez um alerta.
- O futebol carioca fez bons investimentos, a volta do Ronaldinho, o Deco, o presidente do Botafogo sendo audacioso, fazendo um grande trabalho. O futebol carioca sempre lutou por títulos, mas não pode ser um castelo de areia. Em 1991, quando saí daqui, disse que o futebol carioca estava 10 anos atrás. Agora, está sempre chegando junto. Mas ainda é preciso melhorar a estrutura.
Questionado sobre quem seria o craque do Brasileirão, Vanderlei não titubeou:
- Neymar.

A tal da rivalidade regional!
Por: Rodrigo Romeiro

Saudações, Caros Butequeiros Rubro-Negros. Ontem li que o nosso Mengão poderá, não perdendo para o Vasco, algo praticamente líquido e certo, repetir um feito só alcançado em 1921, há 90 anos: terminar a temporada sem perder clássicos regionais.
O grande Flamengo de Zizinho, tricampeão nos anos 40, apesar de ter feito história e ter deixado muitas saudades, não foi capaz de passar um ano sem perder para os vizinhos. O time de Dida, Gerson, também tricampeão carioca nos anos 50, campeão do Rio/São Paulo de 1961, nem perto chegou. E o maior Flamengo da história, o nosso esquadrão revolucionário, uma das maiores equipes de futebol de todos os tempos, que ganhou tudo que era possível, a geração Zico, nada de conseguir tal façanha.
Caros Butequeiros Rubro-negros, não estamos falando de um ano em que os demais cariocas estão muito mal e nós estamos sobrando. Falamos de um ano em que o futebol brasileiro está sendo dominado pelos cariocas. Em que todos os clubes cariocas terminarão o campeonato brasileiro entre os primeiros colocados. Em que os cariocas têm excelentes times, com alto investimento e com grandes folhas salariais. Coisa que também não acontece há muitas décadas.
Apesar disso, e da grande possibilidade de realização de tal façanha, percebo que a Magnética dá a esse fato a importância que ele merece: nenhuma. Felizmente, a massa blogueira rubro-negra está mais preocupada em ganhar títulos nacionais e internacionais, em ver o time jogando bonito, em ter um clube bem governado e com outras tantas questões muito mais importantes, do que com a tal da rivalidade regional.
Uma gozaçãozinha com a cara do vizinho é sempre bem-vinda, mas descobrimos nos últimos tempos, que há no futebol coisas mais relevantes e prazerosas do que isso. Ganhar do Vasco, do Fluminense e do Botafogo já passou a fazer parte da rotina. Em outros tempos, terminar o ano sem perder para os rivais regionais, seria motivo para a consagração de um grupo de jogadores e dirigentes. Hoje, mesmo com isso, o sentimento quase unânime entre os membros da nação rubro-negra é de que o nosso final de ano, seja ele qual for, será melancólico e frustrante.
A tal da rivalidade regional, em tempos globalizados e pasteurizados, está cada dia mais enfraquecida. Em nossos corações, subjetivamente e individualmente, podemos até eleger um dos cariocas como o nosso rival predileto. Porém, para todos os lados que se olha, não se encontra um só elemento objetivo que sustente a idéia de que qualquer outro clube carioca ainda é o nosso grande rival. Em tamanho e potencial de torcida, ninguém chega perto. Em disputa por fatias do mercado de patrocínios e vendas de produtos (venda de camisas, cotas de tevê, pay-per-view, produtos licenciados etc) muito menos. Na disputa pela hegemonia do futebol regional e nacional, nenhum deles incomoda mais. No médio e longo prazo, não há mais como sustentar a idéia de que é possível para algum vizinho polarizar com o Mengão, em qualquer campo que seja. A não ser que nos apequenemos, pois duvido que eles consigam crescer e nos alcançar.
O André Rizek (não foi confortável ter que citá-lo como fonte), jornalista da Sportv, paulista e corintiano, disse nessa semana que ouviu de um diretor de departamento de marketing de um grande clube, em uma feira de negócios futebolísticos, que no dia em que o Flamengo se organizar, vai hegemonizar o mercado e, conseqüentemente, o futebol brasileiro. Pela forma como ele falou e pelas relações que ele tem, desconfio fortemente que o tal dirigente deve ser Luis Paulo Rosemberg, simplesmente o homem que pegou o Corinthians na segunda divisão e elevou a posição de mercado que ele hoje se encontra.
Com um mínimo de organização, inevitavelmente, deveremos ser a maior potencia futebolística brasileira. Se continuarmos patinando, continuaremos muito superiores aos vizinhos. Somente se ocorrer uma catástrofe, poderemos descer ao patamar deles, desde que eles subam bastante.
Nossos vizinhos são simpáticos, bravos, dotados de grandes tradições, trazem-nos muitas lembranças marcantes, mas não podem mais ser o nosso parâmetro para absolutamente nada. Gratos a muitos de nós devem ser os nossos vizinhos, por lhes darmos uma importância que há muito eles não têm. Por fatores diversos, o Flamengo está em um patamar diferente, muito acima, e nossas pretensões devem ser adequadas a isso.
No domingo, teremos mais um confronto com um deles. Para eles, compreensivelmente, qualquer prejuízo que nos causem, será comemorado como se fosse um título. Porém, para nós, será apenas mais um confronto repleto de grandes histórias e só nos restará cumprir a nossa obrigação: vencer, vencer, vencer, pois uma vez Flamengo, Flamengo até morrer.

Fonte: butecodoflamengo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Perto do êxito do projeto Libertadores, Luxa trabalha para o próximo ano
Técnico traça a programação de 2012 e define nos bastidores a lista de reforços e dispensas.
Garotos da base devem ganhar mais espaço
A pressão existe, mas parece não afetar Vanderlei Luxemburgo. Concentrado no jogo contra o Vasco, neste domingo, no Engenhão, o técnico traça a programação de 2012. Vanderlei já define a realização da pré-temporada e estuda possíveis reforços e dispensas. Tudo internamente. O Flamengo luta pela vaga na Libertadores e precisa de um empate no clássico para que o projeto instituído por Luxa seja cumprido.
O treinador, que chegou a estudar a ideia de realizar uma pré-temporada fora do Brasil, com amistosos que rendessem lucros ao clube, planeja a reapresentação do elenco para o dia 3 de janeiro, uma terça-feira, o que resultaria em um mês de férias para os jogadores. A tendência é que a equipe fique concentrada em Londrina até poucos dias antes da estreia no Campeonato Carioca, contra o Bonsucesso, nos dias 20 ou 21.
Vanderlei tem contrato até dezembro de 2012. Na semana passada, o técnico disse que o momento é de especulações. O fracasso na tentativa de chegar à Libertadores poderia encurtar a passagem pelo clube, mas ele demonstrou tranquilidade e confiança.
- Meu contrato com o Flamengo vai até o fim da próxima temporada. Estou com a cabeça totalmente voltada para o nosso projeto. Neste momento surgem diversas especulações. Mas estou convivendo com essa pressão, que é muito gostosa. Esse é o maior troféu do técnico, do jogador. É aí que você mostra capacidade de suportar ou não – disse, em entrevista coletiva.
Estou convivendo com essa pressão, que é muito gostosa. Esse é o maior troféu do técnico, do jogador. É aí que você mostra capacidade de suportar ou não"
Luxemburgo
Luxa tenta manter todo o trabalho de bastidores em sigilo, mas nem sempre consegue. Há duas semanas, ele ligou para o atacante Vagner Love, que está em Moscou, e sinalizou vontade de tê-lo no clube no próximo ano. A informação foi confirmada por um membro do alto escalão da diretoria rubro-negra.

O telefonema foi curto. Luxa questionou o Artilheiro do Amor sobre o interesse em retornar e disse que "entraria com tudo para trazê-lo". Ouviu uma resposta positiva: “Claro”, devolveu o atacante. Posteriormente, porém, ele avisou ao técnico rubro-negro que a negociação tem de ser tratada diretamente com o CSKA.

No caso das saídas, é certo que o zagueiro Ronaldo Angelim e o volante Fernando estarão na lista. O contrato de Angelim chegou ao fim no meio do ano, foi renovado, mas o herói do hexa muito provavelmente vai voltar ao Fortaleza para encerrar a carreira no clube do coração. No caso do volante, o passe errado contra o Bahia, na terceira rodada do Brasileirão, foi a gota d’água. Desde então, ele foi deixado completamente de lado e poucas vezes participou de coletivos.
Outro que tem situação indefinida é o zagueiro Gustavo. Contratado após o Campeonato Carioca, ele teve chances, mas não se firmou. Titular na derrota por 2 a 1 para o Corinthians, em São Paulo, chamou a atenção negativamente. Durante o confronto, agrediu o atacante Liedson com um soco na barriga. Julgado pelo STJD, pegou quatro jogos de gancho. A partir daí, o Geladeira saiu de cena.
Há também os casos de Rodrigo Alvim e Egídio. Os laterais, que disputaram posição até a chegada de Junior Cesar, têm contrato com o clube. O de Alvim termina em 2013, enquanto o de Egídio chega até dezembro de 2012. Este último foi emprestado ao Ceará em junho deste ano, mas deixou o Vozão antes mesmo de o Brasileiro chegar ao fim. Só um deles deve continuar no clube.

Ronaldinho

O principal jogador do time chega à última rodada do Brasileirão com cerca de R$ 2,25 milhões a receber. Traffic, Flamengo e o irmão e empresário do atacante, Roberto Assis, ainda discutem a assinatura do contrato da parceria, que só será concluída depois de decidida a classificação ou não do time para a Libertadores do ano que vem. A demora aumenta os rumores sobre uma possível saída do jogador, cujo contrato termina no fim de 2014.

Renato, Felipe e Thiago Neves

As três renovações estão em curso. O caso de Renato parace ser o mais simples. A classificação para a Libertadores praticamente assegura a renovação do contrato do camisa 11 por mais uma temporada. O vínculo atual termina no próximo dia 31. Renato gostaria de um acordo de pelo menos dois anos, o que não deve ocorrer.
O contrato de Felipe, destaque do time na temporada, termina em 31 de dezembro. A intenção dele e do Flamengo é renovar. O clube tem a opção de compra dos direitos federativos do goleiro (ele pertence a um grupo de empresários e 25% são do Bragantino). Para isso, vai precisar investir R$ 3 milhões.
A situção mais complexa é a de Thiago Neves. O Flamengo precisa pagar R$ 18 milhões ao Al Hilal para adquirir 90% dos direitos econômicos do meia. Há um ano, o Rubro-Negro comprou 10% e fez um contrato de empréstimo até o fim desta temporada. O prazo de pagamento é que precisa ser negociado com os árabes. O clube brasileiro quer pagar em mais de 12 parcelas, tempo considerado longo demais pelo Al Hilal.

2012: o ano da base

A temporada 2011 foi especial para a base do Flamengo. Em janeiro, o clube conquistou o bicampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No fim de semana passado, foi a vez de a garotada erguer a taça do Torneio Otávio Pinto Guimarães. O título se deu de forma invicta.
Mas o que chamou a atenção mesmo foi o aproveitamento dos garotos na equipe profissional. Desde a pré-temporada, Luxa os integrou ao time de cima para treinos e até jogos. César, Digão, João Vitor, Muralha, Adryan, Luiz Antonio, Lorran, Lucas, Marllon (que vai subir no próximo ano) e Thomás.
Os volantes Muralha e Luiz Antonio e o meia-atacante Thomás terminam a temporada com expectativa muito positiva. Os três foram até titulares em algumas partidas e agradaram. Em 2012, a tendência é que ganhem ainda mais espaço. Muralha e Thomás também vão defender o título da Copinha, em janeiro.
O meia Adryan, de 17 anos, tratado como a maior promessa dessa geração, também deve ganhar mais chances no grupo principal. Ele fez vários treinos com Luxa, mas não chegou a jogar.