Jayme lista adversidades,
valoriza ponto, mas avisa: 'Time foi displicente'
Treinador reclama de erros do
Fla, especialmente no primeiro tempo, mas comemora o empate em meio ao desgaste,
calor e adversário descansado
Deu para o gasto. Depois da
atuação de gala no meio de semana, contra o Botafogo, pela Copa do Brasil, o
Flamengo voltou a demonstrar um futebol de altos e baixos durante os 90 minutos
diante da Portuguesa (veja vídeo com os melhores momentos). Apático no primeiro
tempo, pouco criou. No segundo, tomou sufoco nos minutos finais, mas reagiu e
até carimbou o travessão de Lauro. No fim, o 0 a 0 na Arena Castelão, em
Fortaleza, pela 31ª rodada do Brasileirão ficou de bom tamanho. E quem garante
isso é o próprio Jayme de Almeida, embora tenha deixado claro que não aprovou a
atitude do time no primeiro tempo.
Em análise da partida, o
treinador listou as adversidades enfrentadas pela equipe, que entrou em campo
sob sol de 15h (horário local). Apesar da imensa maioria dos mais de 20 mil
presentes no Castelão, Jayme usou a matemática de jogo fora de casa e tratou
como válido o ponto conquistado. Até porque, com a derrota do Vasco para Ponte
Preta, o Rubro-Negro agora tem oito pontos a mais que o primeiro time na zona
de rebaixamento: 41, em 11º, contra 33 da Macaca.
- Acho que a viagem foi um
pouco desgastante, é lógico, o calor, a hora do jogo. Isso influencia no
rendimento. A Portuguesa ficou a semana inteira descansando e leva vantagem.
Mas nosso time foi displicente, errou muito no primeiro tempo. No segundo,
melhoramos e chegamos perto de vencer. O jogo foi parelho. O resultado foi
muito bom. O importante era fazer ponto. Sabíamos que seria um jogo perigoso.
Os jogadores estão de parabéns. Deram o melhor diante de um adversário que
dificultou muito.
Agora, o Flamengo volta o foco
para o Goiás, rival na semifinal da Copa do Brasil. Na segunda-feira, o
Rubro-Negro segue em Fortaleza, onde realizará atividade leve no hotel. A
chegada ao Rio está previsa para depois das 22h (de Brasília).
Confira a íntegra da entrevista
de Jayme de Almeida após o empate com a Portuguesa:
Queda em relação ao jogo contra
o Botafogo
- Não é todo dia que vamos
vencer por 4 a 0 e com aquela qualidade, nível de envolvimento. É fim de
temporada. Estamos no caminho certo. O Flamengo encontrou uma maneira de jogar.
Foi um jogo difícil, mas o importante era fazer ponto. Mais uma rodada se
passou e estamos a oito pontos da zona de rebaixamento. Agora, é descansar bem
e se preparar para o Goiás.
Pressão na semifinal da Copa do
Brasil
- É normal. O Flamengo estava
desacreditado, era um time do qual falavam mal, todo mundo era muito ruim,
horroroso, não tinha plantel... Agora, está na semifinal e todo mundo cobra a
final. Faz parte do esporte. Vemos o dia a dia dos meninos e temos que dar os
parabéns. Sei da responsabilidade e temos que estar preparados para esse jogo
dificílimo. Vamos com determinação e humildade para Goiânia.
Escalação contra o Goiás
- Sinceramente, ainda estamos
saindo do jogo com a Portuguesa e não tem a menor chance de eu pensar quem vai
jogar quarta. Vamos pensar com calma. Os jogadores praticamente não vão fazer
nada (até o jogo). Vamos ver as coisas e tentar fazer um bom jogo.
Série de jogos
- É uma maratona. Quem chega
nessa fase da Copa do Brasil é assim, quer ganhar. Cresce o nível de
adrenalina, a expectativa.
Possível ausência de Walter
- É um grande jogador. Mesmo
com isso de chamarem de gordo, está fazendo um campeonato muito bom. Respeitamos
muito o Goiás como um todo. O Goiás não joga com dez, com certeza vai entrar
outro centroavante. O Goiás é muito difícil de ser batido e todo mundo sabe
disso.
Pressão em Goiânia
- O Flamengo tem jogado de
igual para igual em todos os jogos desde que assumi. Foi assim com o
Atlético-MG, mesmo com o time quase reserva, ganhamos do Coritiba... O Flamengo
tem peso. Os garotos estão confiantes e focados no trabalho.
Ausência de Carlos Eduardo
- Tentamos minimizar ao máximo
colocando o Elias, mas ele não jogava há muito tempo ali (de meia). Ele se
propôs a fazer da melhor maneira possível, mas o Carlos Eduardo é especialista
da posição, prende bem a bola em contra-ataque, dá ritmo, qualidade. A torcida
fica impaciente, mas é um jogador que tem jogado da maneira que pedimos.
Queda de rendimento de Elias
- Nenhum jogador consegue
manter o alto nível em um campeonato inteiro. Ninguém aguenta. Elias teve um
problema particular (internação do filho Davi, de um ano e oito meses, com
pneumonia), que é algo que incomoda muito. Foi um profissional fantástico, e
mesmo com os problemas tem entrado em campo, lutado. Lógico que é mais jogador
do que isso, mas só pela presença em campo temos que respeitar.
Apoio do elenco a Elias
- Há amizade, carinho, todo
mundo está junto. É normal no futebol. O Elias é muito correto e sério. A
situação está revertendo e ele já está mais alegre, sorrindo. Voltando ao Rio,
vai estar mais feliz.
Felipe
- Ele me parece bem tranquilo.
Sentiu o problema (no joelho esquerdo) na sexta, treinou sábado e jogou. Sentiu
um pouco (no jogo), mas faz parte. Continua agarrando com todos os movimentos e
terminou o jogo inteiro.
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